Pesquisa não atende aos requisitos de confiabilidade
Apesar de ‘existir’ desde 2012, instituto que funciona em kitnet publicou levantamento ‘incompleto’ sem perfil da amostra e não revelou a setorização de bairros pesquisados
Muitas lendas urbanas correm soltas nas redes sociais quando o tema é pesquisa eleitoral. Quase todo pré-candidato que não obtém o resultado desejado espalha nos seus canais de comunicação que as pesquisas são “manipuladas” e “não confiáveis”. Convém não brigar com os números e com a realidade.
No entanto, para que esses dados não sejam alvo de divergências, é preciso fazer uma análise detalhada da metodologia com base em requisitos de confiabilidade. Foi exatamente isso que fez o blog do Antônio Martins ao analisar o relatório do levantamento publicado hoje pelo Instituto Completa Pesquisa de Opinião.
O primeiro ponto a ser destacado, por exemplo, é que a empresa publicou a pesquisa sem perfil da amostra: sexo, idade, grau de instrução e renda. Além disso, também não demonstrou a setorização de bairros pesquisados.
Outro dado curioso é que, apesar de ter assinatura do estatístico responsável, a Completa não está filiada ao CONRE-5 (Conselho Regional de Estatística 5ª Região).
Baseado nos fatos destacados, chegamos a uma conclusão de que a pesquisa da Completa não atende plenamente aos requisitos legais, especificamente no que se refere à metodologia nos termos do disposto no inc. III e no inc. IV do art. 2º da Resolução do TSE 23.600/2019, acarretando um risco para sua confiabilidade.
Da forma que divulgou os números, sem atender aos requisitos de confiabilidade, dá a entender que o Instituto montou o relatório da ‘consulta’ copiando dados das últimas duas pesquisas divulgadas anteriormente, inclusive, usando as mesmas palavras que os concorrentes usaram em seus relatórios.
Apesar de ‘existir’ desde 2012, a empresa que funciona em uma kitnet, no bairro da Cidade Operária, diz em seu Instagram criado no dia 10 de julho de 2023 que atua nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Pará e Tocantins, mas este foi somente seu primeiro relatório apresentado.
Outra curiosidade nas informações é que, segundo o Instituto Completa, a “pesquisa” foi feita nos dias 05, 06, 07 e 08 de julho, mas só foi assinada pelo estatístico dia 14 de julho.
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