Braide mantém silêncio sobre esquema com indícios de seu envolvimento
O deputado Eduardo Braide (PMN), filho do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Antônio Carlos Braide, apontado como um dos “cabeças” do esquema que desviou R$ 14 milhões da Prefeitura de Anajatuba, prefere não falar com a imprensa sobre o caso que culminou com o indiciamento de seu pai e a prisão de integrantes da organização criminosa.

Apontado como financiador do esquema, Carlos Braide doou R$ 50 mil para campanha do filho
Quem espera alguma manifestação do parlamentar sobre o escândalo investigado pela Operação Geist, da Polícia Federal, tem de se contentar com indiretas à imprensa. No entanto, o líder do PMN na Assembleia, nem precisa se manifestar.
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As provas encontradas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à organização criminosa são suficientes para comprovar que o seu silêncio sobre o esquema pode se tornar uma confissão de culpa. O deputado tem motivos para declinar sobre assunto. É que uma doação no valor de R$ 50 mil levanta suspeita de que dinheiro desviado da prefeitura anajatubense pode ter financiado sua campanha em 2014.
Além de receber doações do próprio pai, um dos investigados no esquema, Eduardo chegou a nomear em seu gabinete o operador da organização. No dia 13 de agosto de 2014, por solicitação do parlamentar, o empresário Fabiano de Carvalho foi nomeado como seu assessor. A nomeação do “mentor” da quadrilha com símbolo Isolado foi publicada no Diário da Assembleia Legislativa um dia depois.
Quatro meses após ser nomeado como assessor parlamentar, Fabiano foi alvo da Operação Geist, da Polícia Federal e Polícia Civil, que cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em 12 residências e dois estabelecimentos comerciais em São Luís e em Itapecuru-Mirim, no dia 13 de dezembro.
Fabiano Bezerra é proprietário das empresas Vieira Bezerra Ltda (atual FF Produções) e A4 Entretenimento, firmou contratos com a Prefeitura de Anajatuba para prestação de serviços de transporte, incluindo o escolar, mas não possui automóveis registrados. Com a notícia do escândalo, Bezerra foi exonerado e substituído pela namorada no gabinete do líder do Bloco Parlamentar Unidos pelo Maranhão.
MANUSCRITO COMPROMETEDOR
Como se não bastasse todos os indícios que envolvem o parlamentar no esquema, Braide ainda foi apontado como beneficiário de R$ 2.7 milhões, dos recursos que seriam fruto de desvios dos cofres da Prefeitura de Anajatuba, segundo relatório do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco).
“Além disso, da análise do manuscrito encontrado na casa de Fabiano Bezerra, quando da realização da busca e apreensão, foram identificados diversos pagamentos, com valor total de R$ 2.760.600, 00, com a indicação Dep Braide como beneficiário”, diz trecho do documento.