Com capital social de R$ 10 mil, ‘cooperativa fantasma’ já arrematou mais de R$ 20 milhões de prefeituras
Detentora de um capital social de apenas R$ 10 mil reais, a Interativa Cooperativa de Trabalho e Serviços Múltiplos, já arrematou até o início de maio deste ano, com dispensa de licitação, mais de R$ 20 milhões em contratos firmados com prefeituras do interior para fornecer mão de obra terceirizada para funcionamento dos órgãos públicos municipais.
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O contrato, além de burlar a lei da exigência constitucional do concurso público para o acesso ao cargo e, servir supostamente para desviar verbas dos cofres públicos destes municípios, se transformou numa bola de neve para estes Municípios que passaram a ser arrolados em processos trabalhistas que envolvem a cooperativa por suposto calote nos funcionários terceirizados.
Em post anterior, o BLOG já havia detectado controvérsia na documentação da empresa. A primeira irregularidade foi na localização da empresa. No contrato firmado, em outubro de 2010, entre a Interativa e a prefeitura de Brejo-MA, no valor de R$ 6.533.211,72 (seis milhões quinhentos e trinta e três mil, duzentos e onze Reais e setenta e dois centavos), consta que a sede da empresa é na cidade de Aquiraz, região metropolitana de Fortaleza-CE.
No entanto, dados da Receita Federal mostram que a empresa tem endereço fornecido, localizado na Avenida dos Holandeses – nº 8, Sala 01, Edifício M F Plaza, Calhau, em São Luís. Mas, em consulta realizada pelo BLOG, descobrimos que a Interativa estaria ‘funcionando’ numa residência, localizada na Rua Guaraná, Olho D’água, bairro nobre da capital maranhense.
A empresa que responde a várias ações na Justiça do Trabalho por salários, multas e benefícios atrasados, tem em seu quadro societário dois empresários: Geogervan Ferreira Santos, como presidente e Robson da Silva Cruz, como diretor.
Geogervan, por exemplo, praticamente sumiu da internet depois que denunciamos neste espaço que a Interativa poderia ter sido usada para desviar verbas de prefeituras do interior. A repercussão das denúncias fez empresário excluir seu perfil na rede social Facebook.
Na próxima semana, o blog vai trazer mais informações sobre os esquemas da ‘cooperativa fantasma’ com as prefeituras do interior. O cruzamento destes dados podem revelar pistas de mau uso dos recursos públicos. Aguardem!