Desvio milionário do instituto Santaprev, durante gestão de Nilton Ferraz, é investigado
O ex-prefeito de Santa Luzia do Paruá, Nilton Ferraz, realmente atesta a irresponsabilidade de sua gestão. Além de ter sido condenado pela Justiça pelo descumprimento de decisão judicial, em abril deste ano, Nilton Ferraz parece estar totalmente envolvido na fraude milionária no Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Santa Luzia do Paruá, o SantaPrev.
Há suspeita de que Nilton teria usado “laranjas” para desvio de verba do instituto.
Audiência
No último dia 26 de maio, a Câmara de Vereadores do município de Santa Luzia do Paruá (a 395 km de São Luís) realizou uma audiência pública, aonde foi apresentado um histórico do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Santa Luzia do Paruá, o SantaPrev.
Desvios de recursos no instituto – que é responsável por conceder aposentadoria, pensão, auxílio doença, licença maternidade, dentre outros benefícios – estão sendo investigados por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no parlamento municipal, além do Ministério Público. De acordo com o que foi apresentado na audiência pelo técnico previdenciário Francisco Figueiredo, foram transferidos cerca de R$ 1,3 milhão do fundo de investimento para a conta da folha de pagamento dos servidores, no ano de 2012.
Ainda conforme o relatório apresentado pela direção do instituto, com comprovantes e extratos bancários, entre os meses de outubro e novembro de 2012 houve uma nova transferência para a conta de uma pessoa identificada como Milzet Fontenele do Nascimento, no valor aproximado de R$ 10 mil. Ele era o então contador da Prefeitura e também do SantaPrev.
Estiveram presentes à audiência pública o atual presidente do SantaPrev, Ed Carlos Silva; o assessor jurídico do instituto, Zildo Uchoa; nove vereadores; líderes comunitários e sindicalistas.
O público se surpreendeu com os números referentes ao período de 2005 a 2012. Em oito anos, algo em torno de R$ 12 milhões não foram repassados dos cofres do SantaPrev para as taxas patronais e dos servidores públicos. Em janeiro de 2013, o instituto tinha em caixa somente R$ 303 mil. Hoje, tem R$ 3,3 milhões.
A Câmara Municipal de Vereadores ingressou com uma representação junto ao Ministério Público para o aprofundamento das investigações. “Temos extratos bancários que comprovam que foram usados laranjas para transferências de valores altos dos cofres do instituto.Todos os relatórios estão na Promotoria de Justiça”, afirmou o vereador José Pessoa (PMDB).