Médicos do Socorrão I cumprem ‘escala de plantão’ em casa
Médicos do Hospital Municipal Djalma Marques, o Socorrão I, cumprem seus plantões em casa e só comparecem ao local de trabalho quando são chamados, muitas vezes, horas depois de os pacientes já terem dado entrada. A grave denúncia, revelando o total descaso com a saúde pública em São Luís, foi publicada pelo blog do jornalista Daniel Matos.
De acordo com a publicação, o absurdo foi relatado por familiares da paciente Sônia Maria da Conceição Santos, 40 anos, que sofreu uma crise hipertensiva na manhã deste domingo e permaneceu por mais de seis horas no corredor do Socorrão I sem atendimento, acometida por falta de ar, dormência e outros sintomas de pressão alta.
Como ela, dezenas de outros enfermos, muitos com quadro clínico grave, agonizavam em macas, cadeiras e outras acomodações improvisadas, enquanto membros da equipe médica – não todos – os tratavam com arrogância.
Aflitos, os parentes de Sônia, entre os quais o marido, a filha e uma irmã, fizeram um apelo dramático a uma técnica de enfermagem. Foi aí que veio a revelação surpreendente de que o cardiologista de plantão no maior hospital de urgência e emergência da capital atenderia somente à distância, negligenciando criminosamente a sua missão de salvar vidas.
Foi a gota d’água para que os familiares da enferma iniciassem um protesto indignado e recorressem à imprensa na tentativa de livrá-la da agonia, da humilhação e do risco de morte.
O caso de Sônia é só mais um entre tantos outros que expõem a falta de humanidade na rede de saúde pública. E diferente do que costuma ocorrer, não se trata de falta de recursos humanos ou materiais, mas sim de um procedimento errado, que precisa ser revisto quanto antes.