“Não me falem de candidatura”, pede líder do PSTU Marcos Silva, anunciando sua saída da “política burguesa”
Por muitos anos, o eleitor maranhense teve como uma das principais atrações nos programas da propaganda eleitoral gratuita o brado “só a luta muda a vida” de Marco Silva, que de dois em dois anos se alternava em disputas para o Governo do Estado ou Prefeitura de São Luís, sempre pregando um discurso duro contra a “burguesia”, mas ao que tudo indica essa fase passou, pois ele, que é uma das maiores do PSTU, anuncia sua precoce aposentadoria, decepcionado com os rumos tomados pela política.
Neste domingo, Marco Silva postou uma mensagem nas redes sociais, em que parece ter colocado um ponto final nas especulações de que iria disputar a sucessão de Flávio Dino. “Quem tiver amizade e respeito por minha pessoa que não me fale mais em candidatura nas eleições burguesas”, disse ele, procurando encerrar também uma campanha que tem como mote “queremos Marcos Silva candidato”.
Ele explica a decisão: “Passei 25 anos ajudando a construir um partido só de trabalhadores, honesto ao ponto de nem empregos públicos aceitar sem que seja por meio de concurso público ou seletivo público. Por diversas vezes apresentamos candidatura própria para presidente o companheiro Zé Maria ativista sindical metalúrgico. O PSTU nunca recebeu dinheiro de empresários e sempre atuou com autonomia frente aos patrões, mas quem cresceu em oposição ao PT e ao Lula não foram os revolucionários, mas sim o Bolsonaro, um político que passou a maior parte de sua carreira convivendo pacificamente com Paulo Maluf do PP-SP, pois bem, assim não dá para acreditar em mudanças por dentro dessa democracia burguesa, que na verdade é uma farsa e ao mesmo tempo uma tragédia na vida de quem faz política com honestidade”.
Marco Silva diz que vai seguir sua vida trabalhando e se dedicando ao serviço social, estudando, “buscando ampliar as pesquisas em torno de temas relevantes para a sociedade e em especial para a classe trabalhadora, pagando impostos e participando da luta social em função de acreditar que só a luta muda à vida”.