Prefeito, secretários, empresários e ex-deputado podem ser presos por fraudes em Anajatuba
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão de atuação especial criado pela Procuradoria Geral da Justiça, em conjunto com organismos policiais, está prestes a cumprir, 27 mandados [entre prisão e busca e apreensão] em Anajatuba, a 130 quilômetros de São Luís, no Norte do Maranhão. A operação – que ainda não tem nome – deve se desencadeada nos próximos dias. Paço do Lumiar, São José de Ribamar, Raposa e São Luís que são as cidades onde residem os envolvidos ou estão registradas as empresas envolvidas no esquema também devem ser alvos da operação.
De acordo com informações obtidas com exclusividade pelo BLOG, a operação investiga os crimes de peculato – que é o desvio de dinheiro por funcionário público –, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitações e formação de organização para o crime.
O prefeito Helder Lopes Aragão (PMDB), o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Antônio Carlos Braide, pai do deputado estadual Eduardo Braide (PMN), e o empresário Fernando Júnior, dono da Escutec são alguns dos figurões que foram denunciados e tiveram pedidos de prisão preventiva requeridos pelo procurador de Justiça, Francisco das Chagas Barros de Sousa. Os investigados são suspeitos de integrar uma organização criminosa – que através das empresas Vieira e Bezerra, atual F C B Produções e Eventos, A4 Serviços e Entretenimento, Construtora Construir e M A Silva Ribeiro – desviou R$ 13. 964. 048, 02 [treze milhões, novecentos e noventa e quatro mil, quarenta e oito reais e dois centavos] dos cofres públicos do município anajatubense.
Além do prefeito, do ex-deputado e de empresários, os secretários municipais Ednilson dos Santos Dutra (Administração), Álida Maria Mendes Santos Sousa (Educação), Leonardo Mendes Aragão (Assistência Social), Luís Fernando Costa Aragão (Saúde) e os integrantes da Comissão Permanente de Licitação – João Costa Filho, Georgiana Ribeiro e Francisco Marcone também foram denunciados e tiveram os mandados prisionais requeridos.
Já os vereadores Marcelo Santos Bogea e Domingos Albino Bezerra Sampaio foram, apenas, denunciados por crime de corrupção passiva. Pelo relatório do GAECO, inicialmente, os empresários Fernando Júnior e Fabiano Carvalho, figurinha já conhecida no meio policial, foram apontados como “cabeças da organização criminosa”, no entanto, após análise dos dados bancários e dos documentos apreendidos na ação de busca e apreensão, por conta do volume considerável de dinheiro injetado pelo ex-deputado na empresa F C B Produções e Eventos, chegou-se à conclusão que Carlos Braide, sócio dos dois empresários, também é um dos “cabeças” do esquema criminoso.
OBSTRUÇÃO À INVESTIGAÇÃO
O blog já está de posse do relatório do Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual – GAECO com base nas denúncias dos desvios de verbas públicas na Prefeitura de Anajatuba. A partir desta segunda-feira iremos começar uma série especial tratando sobre o assunto.
Vamos mostrar como os suspeitos de integrar a organização criminosa estão fazendo para evitar suas prisões. Contam, inclusive, com lobistas e renomados advogados. Além disso, o blog vai revelar alguns dos obstáculos postos no caminho do procurador de Justiça, Francisco das Chagas Barros de Sousa para obstruir suas investigações sobre o esquema. Um dos obstáculos pode ser facilmente observado por meio de habeas corpus preventivo ingressado pelo prefeito Hélder Aragão.
Na intenção de obter um salvo-conduto, Aragão tenta arrolar um deputado federal alegando que com o envolvimento do parlamentar as investigações do GAECO só poderiam ocorrer com a autorização do STF. O argumento do prefeito anajatubense tem apenas um objetivo: escapar da cadeia.
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