Processo contra Lobão será enviado a Sérgio Moro se ele não se reeleger

O senador Edison Lobão é acusado de pedir R$ 2 milhões de propina para campanha de Roseana Sarney
O maranhense Edison Lobão (PMDB) e outros 22 senadores alvos da Operação Lava Jato – ou de desdobramentos da investigação – ficarão sem o chamado foro privilegiado se não se reelegerem em 2018.
Os 23 são quase metade dos 54 senadores cujos mandatos terminam neste ano.
O foro por prerrogativa de função, o chamado “foro privilegiado”, é o direito que têm autoridades (como o presidente, os ministros, os senadores e os deputados federais) de serem julgados somente pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Sem o foro, os senadores passariam a responder judicialmente a instâncias inferiores. Como alguns são alvos da Lava Jato, passarão a ser julgados pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela operação em Curitiba.
Em depoimento de delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que mandou entregar R$ 2 milhões à ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) para a campanha ao governo do estado em 2010, a pedido de Edison Lobão. O dinheiro teria sido entregue pelo doleiro Alberto Youssef.
Lobão também é citado nos pedidos de abertura de inquérito como um dos peemedebistas que teriam agido para manter Paulo Roberto Costa no cargo de diretor da estatal.
A defesa do senador Lobão nega que ele tenha cometido qualquer irregularidade.
Os outros 22 senadores que podem perder o foro privilegiado, caso não se reelejam, são os seguintes:
Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Benedito de Lira (PP-AL), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Ciro Nogueira (PP-PI), Dalirio Beber (PSDB-SC), Eduardo Braga (PMDB-AM), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Humberto Costa (PT-PE), Ivo Cassol (PP-RO), Jader Barbalho (PMDB-PA), Jorge Viana (PT-AC), José Agripino Maia (DEM-RN), Lídice da Mata (PSB-BA), Lindbergh Farias (PT-RJ), Renan Calheiros (PMDB-AL), Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Romero Jucá (PMDB-RR), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM). (Com G1)