Seca traz prejuízos a pescadores e produtores no norte do Maranhão

secaA agonia dos peixes no fundo lamacento dos rios enche os pescadores de dó. “Isso é um sofrimento para nós. É aqui que nós temos o nosso sustento”, Nervivaldo Santos Silva. São piranhas e traíras sufocadas sem oxigênio nas águas turvas que ainda restam após uma longa estiagem no norte do Maranhão, a pior em 20 anos.

A morte dos peixes deixa milhares de pescadores sem ter o que fazer com as canoas encalhadas no tempo seco. A seca é tão rigorosa no norte do estado que a maioria dos rios simplesmente evaporou. Uma planície cinzenta domina uma área com 1,7 milhões de hectares.

Onde havia um rio, ficou um risco no chão. As manchas vistas de cima são marcas de um lago que secaram. A terra rachada torna ainda mais difícil a migração dos rebanhos em busca de água na vastidão dos campos secos.

Em volta não sobrou nenhuma fonte de água e não há o que beber. As pastagens também secaram. Os rebanhos disputam cada sombra de árvore. Os vaqueiros precisam redobrar os cuidados para salvar a criação. “Tem que ficar reparando todo tempo porque senão pode morrer atolado”, explicou o vaqueiro Carlos Magno Padilha.

Os búfalos, animais nativos das áreas úmidas, sentem ainda mais os efeitos do calor. Muitos não resistem. Bicho e gente que padecem na seca. “A gente pensa mais é nos animais, que não tem água para beber e já morreu um bocado”, disse a pescadora Raimunda de Jesus Cutrim.

 

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