Doação de R$ 50 mil pode ligar deputado à “organização” que desviou R$ 13 milhões em Anajatuba
O ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Antônio Carlos Braide, apontado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), como um dos “cabeças” do esquema criminoso que desviou mais de R$ 13 milhões dos cofres públicos da Prefeitura de Anajatuba, a 130 quilômetros de São Luís, fez uma doação de R$ 50 mil para a campanha eleitoral do filho, Eduardo Salim Braide nas eleições de 2014. Ele era candidato a deputado pelo PMN e se elegeu para o segundo mandato com 47.519 votos. A doação pode ligar o deputado ao esquema de desvio de verbas na prefeitura anajatubense. As informações estão disponíveis ao público no site do Tribunal Superior Eleitoral (www.tse.gov.br).
A doação foi feita por meio de depósito em espécie, no dia 24 de outubro de 2014. Além do dinheiro doado pelo pai investigado, Eduardo Braide recebeu também R$ 1.400,00 de Carlos Jesus de Carvalho e R$ 2 mil de Fábio de Henrique de Jesus França. Segundo o TSE, os depósitos das doações foram efetuados, respectivamente, nos dias 04 de agosto e 03 de setembro de 2014.
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Para garantir mais um mandato na Assembleia Legislativa, Eduardo Braide firmou vários firmou várias alianças. Em Anajatuba, por exemplo, onde obteve 3.159 votos, ele teve o apoio do prefeito Helder Lopes Aragão (PMDB) que também figura na ação criminal por desvio de verbas públicas.
Além de Carlos Braide e Helder Aragão, vários secretários municipais, vereadores e empresários também figuram no rol de denunciados e tiveram pedidos de prisão preventiva requeridos pelo procurador de Justiça, Francisco das Chagas Barros de Sousa.
O pai do deputado Eduardo Braide chegou a prestar depoimento na polícia, mas negou a ligação com o prefeito ou quaisquer um dos outros denunciados. No entanto, sua participação acabou sendo confirmada através de cruzamentos de dados realizado pelo Gaeco que constatou, em determinado período, que o ex-parlamentar creditou mais de um milhão de reais nas contas de Fernando Júnior e da F C B Produções e recebendo, inclusive, mais de R$ 400 mil da conta da F C B Produções e Eventos. De forma que não resta dúvida da participação de Carlos Braide no esquema.
A ação policial, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial no Combate a Organizações Criminosas (Gaeco), órgão do Ministério Público, estava pronta para acontecer, inclusive, com o cumprimento dos mandados de prisão. Mas, dias antes, um vazamento de informação provocou um corre-corre de advogados dos denunciados ao Tribunal de Justiça (TJ), tentando evitar as prisões dos seus clientes.
COLECIONADOR DE FRAUDES
O BLOG vai continuar a série de reportagem sobre o esquema de desvio em Anajatuba. Amanhã vamos revelar o mapa da farra com dinheiro público e as ligações das empresas envolvidas com outros municípios que não estão arrolados ao processo.
O empresário Fernando Júnior (foto ao lado), dono da Escutec, é apontado como o principal colecionador de fraudes para desviar dinheiro público. Aguardem!
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