Perseverança e superação na história de dois irmãos desembargadores

A família Figueiredo dos Anjos é uma daquelas na qual o Direito parece estar no DNA. Com bases na cidade de São João Batista, na Baixada Ocidental do Maranhão, a família foi detentora de um recorde no Judiciário maranhense: nas últimas cinco décadas, foi a única a possuir dois irmãos na Corte do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA).

Na base de dados da Secretaria da Magistratura do TJ ao qual o blog teve acesso, é possível encontrar dezenas de casos de dois irmãos juízes, porém, pelo menos a partir deste ano, a família Figueiredo dos Anjos foi a única com dois irmãos desembargadores em plena atividade na magistratura.

Para chegar ao feito inédito, os dois irmãos magistrados precisaram muito de perseverança e superação. O desembargador José Joaquim, novo presidente do judiciário maranhense, tem uma trajetória de lutas pela realização de um sonho. Ele que nasceu em 22 de agosto de 1953, em São João Batista. Mas saiu muito novo de sua terra natal para realizar seu sonho. Em São Luís, cursou o ensino fundamental na Escola Modelo, no Colégio Sotero dos Reis e no Colégio Nina Rodrigues, onde concluiu o ensino científico. Graduou-se em Direito pela Universidade Federal do Maranhão, em 1978.

José Joaquim iniciou sua vida funcional como advogado e procurador do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Maranhão (DER), em 1978, onde presidiu, durante cinco anos, a comissão responsável pela indenização de famílias que moravam sob a Ponte “José Sarney” e a Comissão de Promoção de Funcionários. Ele também atuou como procurador fiscal da Prefeitura de São Luís, no período de 1983 a 1986, quando coordenou equipe de 20 advogados, realizando um trabalho pioneiro no executivo fiscal, com destaque pelo número de ações interpostas e julgadas com êxito. Em 1986, logrou aprovação no primeiro concurso público para procurador do Estado, tendo sido, no mesmo ano, aprovado em concurso para juiz de Direito.

Ingressou na magistratura em 2 de maio de 1987, sendo designado para a comarca de Riachão. Atuou em Alcântara, Presidente Dutra, Itapecuru, Santa Inês e Bacabal. Chegou à 4ª entrância em 12 de fevereiro de 1992, exercendo o cargo de juiz auxiliar por cinco anos. Foi juiz corregedor na gestão do desembargador Antônio Fernando Bayma Araújo e diretor do fórum “Des. Sarney Costa” nas gestões de Orville Almeida e Jorge Rachid.

 

José Jorge Figueiredo, que é juiz há trinta anos, seguiu os mesmos passos do irmão. Antes de ascender como desembargador, José Jorge atuou em várias comarcas do interior e também da capital. Ele foi titular da 3ª Vara da Fazenda Pública e ouvidor do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA). Em 2016, foi eleito desembargador substituto do TJMA, em decorrência da disponibilidade do desembargador Jaime Ferreira de Araújo.

Mas depois de tanta perseverança e superação, o destino dos irmãos magistrados já estava traçado, contudo muitas etapas ainda precisavam ser superadas. Mas foi no ano de 2017 que os dois puderam comemorar suas conquistas juntos. Primeiro foi José Joaquim, que se elegeu para o cargo de presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão  pelos próximos dois anos, no dia 4 de outubro. Depois foi a vez de José Jorge, tomar posse no cargo, pelo qual já tentava outras vezes. Isso só foi possível através da criação de os três novos cargos de desembargador, elevando para 30 o número de membros no Tribunal de Justiça do Maranhão. As três vagas foram criadas este ano, por meio da Lei Complementar nº 199/2017, publicada em 8 de novembro de 2017.

AGRADECIMENTO
O titular do blog encontrou por acaso com José Joaquim numa conversa rápida sobre a carreira e um resumo do que foi o ano de 2017 em sua vida e de sua família.

“Se eu começasse a agradecer a Deus hoje, até o final da minha vida, eu não iria conseguir agradecer tudo que Ele fez”, declarou o magistrado em poucas palavras emocionadas.

Em sua posse, José Jorge também resumiu o que essa conquista representa em sua vida. “Vejo como um coroamento desses anos todos dedicados à magistratura. Honrarei a toga como sempre fiz em todas as comarcas que passei. Aqui não vai ser diferente, pois a responsabilidade é maior”, disse o novo desembargador que recebeu a Medalha Especial do Mérito Cândido Mendes entregue pelo seu irmão, desembargador José Joaquim.

SEM PERDER AS ORIGENS
O que é mais interessantes nos dois magistrados é que mesmo no topo do poder judiciário, eles não esquecem suas origens. E ambos fazem questão de reforçar que tudo começou em sua terra natal, na cidade de São João Batista.

“Não quero exaltar minha terra natal, em detrimento de outras cidades, mas quero dizer que a terra que eu amo é a terra onde nasci, como outros brasileiros amam o respectivo torrão de nascimento. Ninguém ama a Grande Pátria se não amar primeiro a Pequena Pátria, aquele pedacinho de chão que recebeu nossos primeiros passos”, declarou o magistrado.

Leia mais notícias em blogdoantoniomartins.com e siga nossa página no Facebook. Envie fotos, denúncias e informações ao blog por WhatsApp pelo telefone (98) 99218 9330.

Deixe uma resposta