Bolsolão pode tirar Pedro Lucas da sucessão de 2024

Deputado foi citado pela revista Crusoé como alvo de inquérito sigiloso da PF

Pedro Lucas exibe caminhão entregue pela Codevasf ao município de Arame.

O deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil), que foi reeleito para o segundo mandato com 159.786 votos, sendo 22.237 somente em São Luís, pode figurar entre os candidatos a prefeito da capital maranhense nas eleições de 2024.

Pedro Lucas conta com fatores favoráveis: pode ter apoio do governador Carlos Brandão (PSB), tem uma base eleitoral na cidade onde, inclusive, iniciou sua carreira politica como vereador e tem simpatia de setores da classe politica. O problema, entretanto, são os escândalos de corrupção que podem lhe tirar da disputa.

Segundo informações obtidas pelo blog, o deputado maranhense é o campeão do Bolsolão, um termo usado para se referir a um esquema de corrupção — de controle autoritário do poder no Parlamento e de compra de votos entre congressistas.

Além disso, Pedro Lucas também é alvo de inquérito sigiloso da PF por supostamente participar de um esquema de corrupção no Congresso chamado de ‘mercadão das emendas’.

O inquérito revelado pela Crusoé segue a mesma linha de outra apuração no Supremo, também sigilosa, que envolve pelo menos outros quatro congressistas maranhenses em suposto desvio de valores de emendas parlamentares destinadas a municípios maranhenses, inclusive por congressista de outro reduto eleitora.

O blog apurou que um dos órgãos públicos usados por Pedro Lucas e outros envolvidos no esquema foi a Codevasf, estatal turbinada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em troca de apoio político. Por meio do órgão, o ex-presidente teria acelerado no período eleitoral as entregas de máquinas, veículos e produtos a redutos de padrinhos de emendas parlamentares, liberando verbas em um ritmo de R$ 100 mil por hora.

O valor recorde inclui a distribuição de mais de 100 mil itens avaliados em R$ 247 milhões, desde julho de 2022, quando teve início uma série de restrições da legislação eleitoral.

Preocupado com a prisão

Depois de ter sido citado como alvo de inquérito sigiloso da PF, Pedro Lucas Fernandes resolveu ingressar no STF (Supremo Tribunal Federal), em outubro de 2021, com requerimento de acesso à informações visando saber se era alvo de procedimentos investigatórios que apuram a suspeita de desvio de emendas parlamentares destinados a municípios maranhenses.

A resposta foi concedida no dia 18 daquele mês, em decisão proferida pelo então presidente da Corte, ministro Luiz Fux. De acordo com Fux, em pesquisa fonética realizada nos sistemas informatizados do Supremo, tanto pelo nome completo quanto o CPF do parlamentar, não foram encontrados processos em tramitação em nome do parlamentar, exceto a própria petição em que buscou a informação.

Contudo, destaca o ministro na decisão, a pesquisa processual realizada não “considerou a busca por processos sigilosos”. O pedido de informações de Pedro Lucas ao Supremo foi feito pelo escritório Aragão & Tomaz Advogados Associados, dos sócios Eugênio José Guilherme de Arazão e Willer Tomaz de Souza.

O fato de a pesquisa não “considerar a busca por processos sigilosos”, gerou preocupação do parlamentar que avalia entrar na disputa temendo uma exposição negativa ainda maior da imprensa. O medo do deputado é que o inquérito contra ele venha se transformar no caso Lunus que, há 20 anos, tirava Roseana Sarney da sucessão presidencial.

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