Fernando Sarney não tem mais tanta ‘influência’ assim no Brasil
Empresário maranhense, filho do ex-presidente José Sarney, já foi considerado um dos homens mais influentes do país

Quem já foi Fernando Sarney, né?
Após 40 anos na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ocupando cargos como vice-presidente por quatro mandatos e diretor em diferentes gestões, Fernando Sarney, de 70 anos, não foi incluído na nova composição que assumirá a entidade futebolística do país em 2026.
Fernando, que é filho do ex-presidente da república e ex-senador José Sarney, já foi considerado um dos homens mais influentes do Brasil. Era tão forte, segundo as informações, que seu nome chegou a ser cotado para o Senado Federal.
Em julho de 2007, ele foi indiciado pela Polícia Federal sob a acusação, entre outros crimes, de falsificar documentos para favorecer empresas em contratos com estatais. Fernando foi o principal alvo da Operação Boi Barrica (renomeada posteriormente para ‘Faktor’), criada em 2006 para investigar suspeitas de caixa dois na campanha de Roseana Sarney ao governo do Estado. Às vésperas da disputa, ele havia sacado R$ 2 milhões em dinheiro.
Em 2008, a Polícia Federal passou a investigar uma suposta quadrilha liderada por Fernando Sarney, apelidada de “Grupo Poli 1978”. O nome era uma alusão ao ano e ao local (Escola Politécnica da USP) em que seus membros haviam obtido o diploma universitário de engenharia.
Segundo a PF, o grupo, liderado por Fernando Sarney formava uma “organização criminosa” instalada no interior da administração federal. Eles seriam responsáveis pela manipulação de concorrências públicas, desvio de dinheiro de obras estatais e “manutenção de negócios à sombra do Estado”.
Quando o caso veio à tona, ele disse que as operações financeiras citadas pelos policiais federais faziam parte de sua rotina comum de empresário, que administrava um dos grandes grupos de comunicação do Nordeste brasileiro, com uma emissora de TV, um jornal e cinco emissoras de rádio. O processo segue em segredo de Justiça.
Em 2009, o empresário chegou a ser acusado pela Polícia Federal do Maranhão por tráfico de influência no Ministério de Minas e Energia, na Eletrobrás, na Eletronorte, na Valec (estatal do Ministério dos Transportes responsável pela construção da Ferrovia Norte-Sul) e na Caixa Econômica Federal, para favorecer negócios privados.
No mesmo ano, também obteve decisão judicial que proibiu o jornal “O Estado de S. Paulo” de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal. Na época, Fernando era o principal alvo da operação e foi indiciado por formação de quadrilha, gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Na ocasião, ele negou os crimes.
Chegada à CBF
A chegada de Fernando à CBF ocorreu em 1998, com apoio do seu pai, José Sarney. No primeiro momento, o ex-senador conseguiu colocar seu filho como assessor especial da presidência da Confederação Brasileira de Futebol. Não demorou muito e Fernando virou vice-presidente da CBF em 2004.
Naquele período, ele sucedeu Marco Polo del Nero como representante da CBF na Fifa, e chegou a fazer parte da Conmebol no conselho da entidade máxima do futebol mundial. Após se perpetuar no poder, o empresário vinha se reelegendo como vice-presidente desde então.
Inicio do declínio
O declínio, contudo, começou em 2024. Durante alguns meses daquele ano, a Rede Globo chegou a fazer lobby pela indicação de Fernando Sarney, filho do ex-presidente José Sarney, como candidato ao cargo máximo da CBF.
Era o período em que Ednaldo Rodrigues corria risco de afastamento no STF. Contudo, ao perceber que não teria força, a emissora pulou fora. Como resposta, a CBF divulgou, na quarta-feira (19), a oficialização do registro de chapa do presidente Ednaldo Rodrigues, na disputa pela reeleição ao cargo, sem o nome de Fernando.
De acordo com a entidade, Ednaldo terá o apoio unânime das 27 federações estaduais. Em outras palavras, Fernando Sarney, outrora influente, não teve sequer o apoio da Federação Maranhense de Futebol (FMF). De agora em diante, será só ladeira abaixo.
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