MP não se manifesta sobre denúncia de corrupção na Câmara

O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) ainda não se manifestou a respeito da denúncia do vereador Aldir Júnior sobre um suposto esquema de corrupção na Câmara Municipal de São Luís. O caso veio à tona na última quarta-feira, durante a eleição da Mesa Diretora da Câmara de São Luís para o biênio 2019-2020.

Na ocasião, Aldir Júnior declinou a existência de mais ou menos R$ 3 milhões de reais que ficam flutuando na Câmara e, segundo ele, uma hora ou outra isso iria estourar. “Se trata de uma manobra, um jogo”, afirmou.

Três dias após as denúncias, a Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa sequer se manifestou sobre o assunto.

Feitas em tom de denúncia, as palavras de Júnior acertaram em cheio a gestão do presidente Astro de Ogum (PR), que, numa reação tão surpreendente quanto à ação do seu colega de partido, o que as torna mais grave ainda, limitou-se a comentar, em tom irônico:

“Até parece que o vereador (Aldir Júnior) é santo e caiu do céu por descuido”.

O plenário da Câmara Municipal de São Luís sempre foi palco de embates verbais ácidos, agressivos e explosivos. E o discurso-relâmpago de Aldir Júnior – que é sobrinho do controvertido deputado Josimar de Maranhãozinho (PR) e cuja votação surpreendeu meio mundo – ganhou o peso de uma bomba devastadora.

Tão espantosa quanto à denúncia feita por Aldir Júnior, que falou movido pelo aval divino, foi a reação do presidente Astro de Ogum, que, ao afirmar que “até parece que o vereador é santo”, colocou em cheque a honorabilidade do jovem colega. Provavelmente por não ter se dado conta da gravidade do que foi dito, ou por ter certeza de que vai dar em nada, Astro de Ogum deixou a situação em aberto, à medida que não desmentiu enfaticamente o que foi dito, preferindo usar a vassoura da ironia para varrer a suspeita para debaixo do tapete. Os demais vereadores pareceram concordar com a reação do presidente, dando a entender que é melhor “deixar pra lá”.

Em qualquer parlamento onde impere a seriedade com a coisa pública, as declarações feitas pelo vereador Aldir Júnior seriam levadas à sério e colocadas em pratos limpos. Bastaria para isso acionar a Comissão de Ética da Casa e convocasse o vereador Aldir Júnior, para que ele confirmasse, ou não, e em caso de confirmação, instaurar uma sindicância para apurar os fatos. Se fossem confirmadas como verdadeiros, punição severa para os responsáveis. Se se trata de um devaneio irresponsável do jovem edil, que ele respondesse pelo que disse.

Nesse contexto, surge a grande pergunta: os vereadores de São Luís estão dispostos a encarar esse desafio ético? E mais uma: como o chefe maior do PR, Josimar de Maranhãozinho, vai resolver esse imbróglio envolvendo dois membros do partido?

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