ONG que contratou esposa do gestor do Dsei-MA é investigada por fraude em seletivo

Inquérito foi aberto após denúncia de candidato anônimo, mostrando que os resultados não foram divulgados, mas houve contratações

Sem sede no Maranhão, Imip usa estrutura do próprio Dsei-MA. (Foto: Arquivo/Blog do Antônio Martins)

O Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) que contratou em 2016, por R$ 84 mil, a enfermeira Tacyana Schmidt, esposa do coordenador-geral do Distrito Sanitário Especial Indígena do Maranhão (DSEI-MA), Alexandre Oliveira Cantuária, está sendo investigado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por conta de denúncias de irregularidades de uma seleção pública realizada em 2013, através da qual foram contratados profissionais de diversos níveis de formação para atuar na Unidade Pernambucana de Atenção Especializada (UPAE) de Garanhuns-PE.

A abertura do inquérito civil foi noticiada no Diário Oficial de Pernambuco do dia 08 de abril de 2015. A Segunda Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da comarca de Garanhuns chegou a determinar que o Imip fornecesse os resultados consolidados, bem como o regimento interno de seleção de pessoal.

Esquema do Imip em Pernambuco foi noticiado pelo Jornal do Commercio em 2015

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De acordo com o promotor de Justiça Domingos Sávio Pereira Agra, que esteve responsável pelo processo, o inquérito foi aberto a partir de denúncias que partiram de um candidato não identificado, que questionou o fato de não haver a divulgação dos resultados. Ainda segundo o promotor, esta pessoa alegou ter sido mal recebida pelo Imip, quando procurou esclarecimentos sobre a seleção, e por isso recorreu ao MPPE. Ele não adiantou detalhes sobre a investigação em si.

O Imip recebe anualmente cerca de R$ 500 milhões do Ministério da Saúde para fornecer mão de obra para a saúde indígena. A entidade não possui sequer uma única sede no Maranhão para realizar suas funções e estaria atuando há seis anos dentro do Dsei-MA que é comandado pelo marido de Tacyana Schmidt, conforme documentos com graves denúncias encaminhados anonimamente ao blog do Antônio Martins.

ONG que usa órgão público como sede é alvo de vários inquéritos

Cantuária não estaria agindo sozinho nas práticas dessas irregularidades. O respaldo político para seu ato de bravura estaria vindo do Congresso, numa amostra de como funciona o esquema de corrupção no governo de Michel Temer. Cantuária está no cargo como indicado do deputado federal João Marcelo (PMDB/MA), que resolveu bancar, em Brasília, a continuidade da contratação do Imip que foi desclassificado, não pelas irregularidades apontadas numa auditoria da CGU, mas por falta de documentação necessária. Mas esta é uma outra história…

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