Prepotência do genro fez Nelma Sarney sofrer derrota humilhante

A cara da tristeza. Edilázio vai dos sonhos políticos à ressaca da derrota da sogra

Nem o mais delirante dos desafetos da desembargadora Nelma Sarney foi capaz de imaginar que ela perderia a presidência do Tribunal de Justiça do Maranhão por uma diferença de votos tão acachapante quanto aquela registrada pela Justiça Eleitoral em 2014, quando seu grupo politico foi humilhado nas urnas.

Foram 16 votos pela indicação do nome do desembargador José Joaquim contra apenas 10 a favor de Nelma Sarney e um voto em branco. É verdade que a magistrada era a mais antiga na disputa. Mas será se essa forma de eleição que estava em vigor desde 1979, nove anos antes da atual Constituição ser promulgada, não feriam os princípios democráticos da Constituição de 1988? Pelo sim, ou pelo não, o plenário manteve a soberania democrática ao definir suas escolhas, optando pelo segundo magistrado no critério de antiguidade na Corte.

Além da humilhante derrota, a desembargadora deixou a sessão sem o apoio de nenhuma mensagem de um integrante de sua tropa de choque. Nenhum aliado teve coragem de discursar a seu favor para não se expor com o vexame.

Foram os muitos erros que cometeu o principal responsável por sua queda: o deputado Edilázio Júnior, seu genro. O primeiro e irreparável erro foi o de ter usado uma tática rasteira para destruir imagem do concorrente da sogra. Mentiu.

O segundo grave erro foi tentar convencer o senador Edson Lobão a segurar o desembargador Jamil Gedeon em São Paulo acreditando que a ausência do magistrado poderia garantir um suposto empate que pudesse beneficiar a eleição da sogra no TJ.

Não foi por falta de conselho que Edilázio foi orientado a não atrapalhar a eleição. Foi por arrogância, uma das marcas do seu comportamento no parlamento. O terceiro e decisivo erro foi o de estimular um ataque na imprensa contra o filho do agora presidente eleito do judiciário maranhense. A estratégia equivocada e transloucada do afoito deputado foi entendida assim pela maioria dos magistrados na sessão de ontem do tribunal: a prepotência do genro de Nelma em fazer de tudo para atingir um de seus pares foi a forma que a maioria esmagadora dos magistrados encontrou para se solidarizar com  um colega de toga, vítima dos ataques na mídia patrocinado pelo parlamentar, com um gesto que vale muito em qualquer disputa – o voto.

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