Secretário leva escândalo com a Vale para o Governo do Maranhão
O relatório do Coaf indica que a esposa de Wolmer Araújo, Nívea Azevedo, estava envolvida no caso. Embora não seja advogada, Nívea atuou na secretaria do marido como assessora jurídica. Ela seria filha do desembargador aposentado João Santana.
O secretário Wolmer de Azevedo Araújo, titular da Secretaria de Estado da Pesca e Aquicultura – SEPA no governo Carlos Brandão (PSB), está no centro de um dos mais ruidosos e suspeitos litígios judiciais envolvendo a mineradora Vale, conforme revelou essa semana a Revista Piauí.
Apesar de ter sido promovido à posição como defensor dos pescadores do Maranhão, Wolmer é atualmente um dos principais suspeitos de envolvimento em um esquema milionário que agregou interesses judiciais, políticos e familiares – e que, de acordo com a Vale, já lhe causou um prejuízo superior a R$ 20 milhões.
O caso, que teve início em 2009, parecia ser apenas mais um processo cível. Na época, Wolmer Araújo, ao lado do também advogado Arão Mendes de Melo, moveu duas ações contra a mineradora alegando representar 110 pescadores da Praia do Boqueirão, em São Luís. A acusação: a construção de um píer da Vale teria inviabilizado a pesca na região. Eles pediam, para cada pescador, uma indenização por danos materiais e morais, além de uma pensão mensal até o fim do processo.
O escândalo entrou no radar do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) após movimentações atípicas e trouxe novas revelações. De acordo com o órgão vinculado ao Banco Central, dos R$ 9 milhões de reais autorizados irregularmente pela Justiça, R$ 7,1 milhões foram repassados para uma conta de Nívea Azevedo, a mulher de Wolmer.
De acordo com as informações, embora não seja advogada, Nívea atuou há alguns anos na secretaria do marido como assessora jurídica. Ela seria filha do desembargador aposentado João Santana. A situação está a caminho de se tornar um dos maiores escândalos sem precedentes já registrados no Maranhão.
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