Ladeado por assessores, na sexta-feira (10), a marrom Alcione almoçou na residência do presidente do Legislativo Municipal – vereador Astro de Ogum, no bairro do Olho d’ Água. Logo em seguida, a cantora visitou a casa do vereador no bairro do Barreto, onde funciona o terreiro de Ogum.
Além desse encontro, os dois deverão se reunir outras dezenas de vezes para acertar os detalhes do festival que será realizado no mês em setembro, em comemoração aos 45 anos da cantora maranhense.
O mega show acontecerá na Cohama, onde funcionou o Arraial da Cidade, e trará a capital maranhense grandes nomes da música brasileira, entre eles, Maria Bethânia, que já aceitou o convite para estrelar o show de abertura do evento.
A Polícia Civil já identificou quatro pessoas suspeitas de participar diretamente do linchamento de Cledenilson Pereira da Silva, de 29 anos, no dia 6 de julho, suspeito pela tentativa de assalto a um bar no bairro do São Cristóvão, em São Luís. O delegado da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) Cláudio Barros informou ao G1 que todos os dados devem ser levantados até o fim desta semana concluindo o inquérito policial.
Para o delegado, a polícia não busca somente quem participou diretamente do linchamento, mas também todos que de alguma forma contribuíram para a morte de Cledenilson da Silva. “O dia hoje vai ser reservado para identificar os suspeitos. Temos muitas informações já, mas agora é a hora de dar nomes a essas pessoas. Estamos trabalhando com quatro executores, mas quem esteve na cena instigando também vai ser responsabilizado”, explicou o delegado.
De acordo com Cláudio Barros, todos os apontados pela polícia como participantes eram pessoas sem passagens em delegacias. “O que podemos dizer é que os que foram identificados até o momento não tem passagens por crimes graves”, contou.
Comuns nestes episódios, os vídeos produzidos por meio de celulares ganharam rapidamente as redes sociais e ajudaram nas investigações, mas o que de fato encaminhou o caso para a elucidação foram às informações que os policiais conseguiram no local do crime. “Os vídeos sempre ajudam, são importantes sim, mas as provas técnicas e testemunhais foram as que mais nos ajudaram para o entendimento de tudo que aconteceu”.
O adolescente de 17 anos que escapou do linchamento estará de volta à delegacia nesta segunda-feira. Os pais do homem linchado foram ouvidos na sexta-feira da semana passada.
O comércio que teria sido alvo dos dois suspeitos de assalto continua fechado. As pessoas vizinhas ao estabelecimento não querem falar e o clima é de muita tensão no Jardim São Cristóvão.
Mais uma vez, o Executivo Municipal de Santa Inês intercede pelos moradores junto aos responsáveis pela construção do Residencial Sol Nascente, bairro construído pelo programa Minha Casa Minha Vida em Santa Inês. O residencial apresenta graves problemas, principalmente os relacionados à infraestrutura e esgotamento.
Na última quinta-feira (09/07), o prefeito Ribamar Alves reuniu-se – em seu gabinete – com representantes da Caixa Econômica Federal (CEF) e das construtoras responsáveis pela execução das obras no Sol Nascente. O prefeito expôs as reclamações dos moradores, relembrando que a questão foi mostrada em encontros ocorridos em março deste ano.
Após a reunião, o prefeito, engenheiros e técnicos da CEF e das construtoras estiveram no Sol Nascente, onde vistoriaram as obras do residencial, constatando inúmeros problemas. O principal deles diz respeito à rede de esgoto e estação de tratamento.
As equipes percorreram o bairro e ouviram as reclamações dos próprios moradores com relação a problemas na infraestrutura das ruas; entupimentos da rede de esgoto, que inclusive resultam em inundações (quando chove), onde as famílias têm ainda mais o seu sofrimento aumentado.
Os fiscais da Caixa Econômica constataram e registraram in loco os problemas do residencial e a Prefeitura de Santa Inês está elaborando um novo relatório para que os problemas sejam resolvidos.
Suspeitas de integrarem uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 13 milhões dos cofres da Prefeitura de Anajatuba, as empresas A4 Entretenimento e Vieira e Bezerra Ltda [que atualmente é FF Produções], também foram beneficiadas com diversos repasses de recursos públicos na Prefeitura de Caxias durante a gestão do deputado Humberto Coutinho, entre 2011 e 2012. Investigadas pela Operação Geist, da Polícia Federal, as empresas receberam mais R$ 8 milhões dos cofres da princesa do sertão em apenas dois anos. Os contratos com a mesma organização criminosa também foram mantidos pelo atual prefeito Léo Coutinho (PSB), que é sobrinho do antecessor. Incluindo as duas administrações, as cifras pagas às empresas, podem passar dos R$ 60 milhões.
O principal delator do suposto esquema em Anajatuba é o vice-prefeito da cidade, Sydnei Costa Pereira (PSL). Foi a partir das denúncias de Pereira ao Fantástico, que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão de atuação especial criado pela Procuradoria Geral da Justiça, começou a descobrir toda a tramoia envolvendo, inclusive, outros municípios, como Bom Jardim, Trizidela do Vale, Nova Olinda do Maranhão, Itapecuru-Mirim, Codó, Igarapé do Meio e Caxias.
SAIBA MAIS
Construtora investigada por desvio tem contrato em cinco prefeituras
Os contratos das investigadas com a prefeitura caxiense podem ligar o Presidente da Assembleia ao principal financiador do esquema criminoso, o empresário Antônio José Fernando Júnior Batista Vieira. Os documentos disponíveis no Portal Transparência do Município revelam pistas de um suposto envolvimento do Chefe do Legislativo Estadual com a organização criminosa. Coutinho seria o segundo deputado a possuir ligações com ‘cabeças’ do esquema. O outro parlamentar seria Eduardo Braide (PMN) que, além de receber doações de campanha do pai, um dos investigados no esquema e, ter nomeado o operador da organização em seu gabinete, o líder do PMN na Casa também chegou a firmar aliança com o prefeito Helder Lopes Aragão (PMDB) que figura na ação criminal por desvio de verbas públicas.
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VIEIRA E BEZERRA
A empresa que mais faturou na gestão de Humberto Coutinho foi a Vieira e Bezerra. No dia 28 de dezembro de 2012, por exemplo, no ultimo mês de seu governo, o pedetista pagou à empresa a bagatela de R$ 215.000,00 referente a realização de 02 shows artísticos de bandas e repertório.
A4 ENTRETENIMENTO
Outra empresa alvo da operação e que também recebeu fortunas da Prefeitura de Caxias foi a A4 Entretenimento. Em 26 de junho de 2012, a empresa recebeu R$ 623.000,00, referente a pagamento de apresentações de bandas musicais do São João 2012. Todos os contratos já haviam sido denunciados no blog do jornalista Cláudio Sabá, mas começaram a ganhar destaque depois das investigações do Ministério Público e do pedido de afastamento do prefeito anajatubense Helder Aragão.
VEJA OUTROS CONTRATOS:
Pagamentos para Vieira e Bezerra Ltda no valor de R$ 591.000,00 realizado em 02/03/2012.
Pagamento para Vieira e Bezerra Ltda no valor de R$ 356.000,00 realizado em 27/03/2012.
Pagamento para Veira e Bezerra Ltda em 11 de fevereiro de 2011, no valor de R$ 543.000,00, referente ao Carnaval Para Todos, sendo 11 shows artísticos, totalizando 33 horas de shows.
Em 24 de fevereiro de 2011, outro pagamento para Vieira e Bezerra Ltda no valor de R$ 210.000,00 com a mesma justificativa de shows no Carnaval Para Todos.
No dia 04 de abril de 2011, mais um pagamento para a empresa Vieira e Bezerra Ltda referente ao Carnaval Para Todos, sendo 11 shows artísticos, totalizando 33 horas de shows no valor de R$ 362.000,00.
No dia 20 de março de 2011, pagamento referente ao Carnaval Para Todos, sendo 11 shows artísticos, totalizando 33 horas de shows para a empresa Vieira e Bezerra Ltda no valor de R$ 63.000,00.
Em 21/06/2011, a Vieira e Bezerra volta com força total e recebe a título de apresentação de 10 bandas no São João de Todos 2011, a bagatela de R$ 383.250,00.
Em 27/06/2011, a Vieira e Bezerra recebe outra gorda parcela referente ao São de Todos, no valor de R$ 265.000,00.
Em 18/07/2011, ainda a titulo de pagamento de shows do São João de Todos, outro pagamento para a empresa Vieira e Bezerra Ltda no valor de R$ 227.535,00.
Em 06 de setembro de 2011, o desembolso do município referente ao São João de Todos 2011 continua com mais um pagamento para a empresa Vieira e Bezerra Ltda, no valor de R$ 178.200,00.
Em 03 de outubro de 2011, o então prefeito Humberto Coutinho deu demonstração de que realmente gosta muito do São João animado pela empresa Vieira e Bezerra Ltda, pois realizou mais um pagamento referente ao festejo junino daquele ano no valor de R$ 158.000,00.
Em 10 de novembro de 2011, Humberto Coutinho volta a pagar a empresa Vieira e Bezerra Ltda, o valor de R$ 158.000,00 pela organização do São João.
Em 14 de novembro de 2011, agora referente a locação, montagem e desmontagem de estrutura de palco, sonorização, iluminação, grupo gerador, banheiros ecológicos e outros, a empresa Vieira e Bezerra Ltda volta a receber em outro pagamento de R$ 37.630,00.
Humberto Coutinho não economizava na tinta da caneta ao assinar os cheques à empresa Vieira e Bezerra Ltda, pois novamente em 25 de novembro de 2011, outro pagamento no valor de R$ 158.000,00 para locação, montagem e desmontagem de estrutura de palco, sonorização, iluminação, grupo gerador, banheiros ecológicos e outros.
No dia 12 dezembro de 2011, por mais impressionante que possa parecer, Humberto Coutinho fez mais alguns pagamentos à empresa Vieira e Bezerra Ltda. Um, referente ao pagamento de shows artísticos durante o impagável São João de Todos 2011 no valor de R$ 247.015,00 e outro, referente a locação, montagem e desmontagem de estrutura de palco, sonorização, iluminação, grupo gerador, banheiros ecológicos e outros no valor de R$ 85.000,00.
No dia seguinte, em 13 de dezembro, outro robusto pagamento à empresa Vieira e Bezerra no valor de R$ 330.000,00 referente a locação, montagem e desmontagem de estrutura de palco, sonorização, iluminação, grupo gerador, banheiros ecológicos e outros.
Em 20 de dezembro de 2011, Humberto Coutinho volta a ficar sensibilizado com a empresa Vieira e Bezerra Ltda e faz mais um pagamento, no valor de R$ 214.620,00 referente a locação, montagem e desmontagem de estrutura de palco, sonorização, iluminação, grupo gerador, banheiros ecológicos e outros, deixando o natal da empresa de Fabiano Bezerra inesquecível.
Parece que Humberto Coutinho era o próprio ‘Papai Noel’ da empresa Vieira e Bezerra Ltda, pois em 23 de dezembro de 2011, antevéspera do natal, realizou mais um milionário pagamento à empresa do enrolado Fabiano Bezerra no valor de R$ 396.000,00 referente a locação, montagem e desmontagem de estrutura de palco, sonorização, iluminação, grupo gerador, banheiros ecológicos e outros.
No dia 16 de fevereiro de 2012, Humberto Coutinho volta a prestigiar a sortuda Vieira e Bezerra, pagando R$ 556.000,00 a empresa sem detalhamento do ‘serviço’ prestado.
Em 02 de março de 2012, outro pagamento astronômico feito por Humberto Coutinho à empresa Vieira e Bezerra Ltda no valor de R$ 591.000,00 sem novamente detalhar que tipo de ‘serviço’ havia sido prestado.
Em 27 de março de 2012, outro impressionante pagamento à empresa Vieira e Bezerra no valor de R$ 356.000,00 pagos pelo prefeito Humberto Coutinho.
No dia 25 de abril de 2012, Humberto Coutinho novamente abre a mão para a empresa Vieira e Bezerra e faz outro pagamento, no valor de R$ 103.100,00.
Em 26 de junho de 2012, surge outra empresa do esquema Fabiano Bezerra e Fernando Júnior recebendo fortunas da Prefeitura de Caxias. Foram R$ 623.000,00 pagos por Humberto Coutinho a empresa A4 Entretenimento, referente a apresentações de bandas musicais do São João 2012.
E O ESQUEMA NÃO PAROU
O esquema de corrupção na Prefeitura de Caxias não parou apenas na gestão de Humberto Coutinho. Nos próximos dias, o BLOG vai trazer detalhes da corrupção no governo do prefeito Léo Coutinho que é o sobrinho do presidente da Assembleia. Aguardem!
Do Fantástico
O que está acontecendo em São Luís, a capital do Maranhão? Nesta semana, depois de tentar assaltar um bar, um jovem foi espancado até a morte por uma multidão. Uma imagem chocante, vista em todo o Brasil. Em dois anos e meio, já foram 30 linchamentos no Maranhão. Uma triste média de um caso por mês.
Um comércio, agora fechado. Na calçada, ainda as marcas da violência, que chocou o país, esta semana. Os moradores dizem que os rapazes estavam armados e tentaram assaltar o comércio, o dono reagiu e começou uma briga entre eles, as pessoas que passavam pelo local, viram a confusão e chegaram para ajudar o comerciante. Os dois foram desarmados e dominados, um deles foi amarrado em um poste e espancado até a morte.
O homem que aparece na imagem era Cleidenilson Pereira da Silva, de 29 anos. Ele não tinha passagem pela polícia. Um vídeo inédito, mostra a violência dos moradores que antes de agredi-lo, o amarram sem roupa no poste.
“Não era para ter matado. É que o povo ficou revoltado porque a cena que viram”, diz um morador.
“Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém, mas a população não aguenta mais”, diz outro morador.
Um adolescente de 17 anos, que foi espancado junto com o rapaz que acabou morrendo, ainda está se recuperando.
“Me bateram demais. Até minha boca estava sangrando. Meu nariz estava sangrando, meu olho ficou roxo. Se eu não me fizesse de morto eu acho que eu tinha morrido”, conta o jovem.
Os vídeos do linchamento se espalharam rapidamente. E isso preocupa bastante quem estuda a violência.
“Algo que seria restrito somente ao contexto local, ganha uma dimensão muito maior quando é colocada na internet vista por outras pessoas. E que muitas vezes você vê pelos comentários, eles estão alimentando, aquele tipo de ação, estão incentivando e concordando, o que dá origem há novos ciclos de linchamento”, diz Ariadne Natal, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Violência da USP.
Até um PM, em vez de agir como policial, ficou filmando a cena com um celular, depois das agressões. E o menor, deitado no chão, ainda nem tinha sido socorrido.
“Jamais dentro da atividade policial militar há uma recomendação ou uma situação doutrinada para isso. O policial militar que se excede, no caso filmando uma cena de crime, que ele deveria estar agindo e socorrendo pessoas ele está se excedendo e por isso, nós vamos abrir um procedimento legal, que é uma sindicância, para apurar esses fatos”, diz Coronel Pedro Ribeiro, comandante do policiamento metropolitano de São Luís.
Casos de linchamento tem se tornado comuns no Maranhão. Desde 2013, já foram 30 mortes por linchamento somente na Região Metropolitana de São Luís. Uma média de um caso por mês, mas o que explicaria esses números? O que passa na cabeça das pessoas que participam dessas “execuções em praça pública”?
Só nesta semana, aconteceram pelo menos outras duas tentativas de linchamento na região de São Luís. Na quarta-feira (8), um policial impediu que um rapaz acusado de tentar roubar uma moto fosse espancado. E, na quinta-feira (9), uma equipe da TV Mirante passava pela rua no momento que um suspeito de roubar um celular ia ser agredido pela população. A presença dos jornalistas acabou salvando o rapaz
“No momento em que você tem baixos indicadores de desenvolvimento humano, você também favorece com que essas pessoas não percebam a melhor forma, ou alternativas diferenciadas para resolver conflitos, ou para resolver situações de medo ou de violência. Então o que vai acontecer, elas vão tender a resolver à sua maneira”, diz Artenira da Silva e Silva, coordenadora do Observatório de Segurança e Sistema de Justiça- UFMA.
“Uma percepção da ausência do estado ou da incapacidade do estado de dar respostas para questões de segurança e justiça. Então, você gera uma percepção de impunidade e isso estimula ações dessa natureza”, diz Ariadne Natal do Núcleo de Estudos de Violência da USP.
Outro ponto, segundo os especialistas, é que faltam policiais nas ruas maranhenses: o Maranhão tem, proporcionalmente, o menor efetivo do país. Uma média de um policial para cada 892 habitantes, aproximadamente metade da média nacional: 472 habitantes por policial.
“O governo maranhense entende que não é só aumentar o efetivo, mas estar fazendo isso no sentido de corrigir a falha histórica do menor contingente do país. Todos os casos de homicídios, seja qual for a modalidade, passarão por uma avaliação para chegarmos a autoria e consequente punição dos envolvidos”, afirma o secretário de segurança pública do Maranhão, Jefferson Portela.
A Polícia Civil diz que já identificou os envolvidos no caso de segunda-feira (6) e que todos, tendo ou não antecedentes, vão responder por homicídio.
“O que se verifica é que pessoas, até sem registro criminal, sem antecedente penal acaba sendo levado a participar daquela situação. Mas isso para nós é irrelevante”, diz Claudio Santos Barros, delegado.
Os pais do jovem morto lamentam que o filho não tenha tido nem a chance de se defender.
“Deveriam ter entregado a polícia, que a justiça toma conta dos casos, se ele já estava amarrado. Ele foi um bandido nesse caso, mas mais bandido foi quem tirou a vida dele”, diz Antônio Pereira da Silva, pai de Cledenilson.
“Eu acho que é para isso que nós temos lei. É para isso que nós temos polícia, para isso que nós temos juiz. Eu não sei o que dizer, não sei para onde foi, não sei para onde vai. Eu só sei que eu perdi”, diz Maria José Gonçalves Pires, mãe de Cledenilson.