Envolvida em denúncias de supersalários e pagamento de benefícios irregulares, a Assembleia Legislativa do Maranhão está prestes a enfrentar mais uma crise. Trata-se de um esquema de funcionários fantasmas que pode atingir a maioria dos 42 gabinetes do Palácio Manoel Beckham. Um dos processos denunciados à Justiça, por exemplo, está no gabinete do Procurador Geral do Estado, Rodrigo Maia.
O primeiro caso confirmado vem sendo investigado pelo Ministério Público do Maranhão (MP) desde 2011, quando a ex-funcionária Maria Isabel Sodré Drummer Moraes, nomeada inicialmente em 18 de fevereiro de 2005, para o cargo de assessora parlamentar e, posteriormente em 18 de maio de 2005, para o cargo de técnico parlamentar especial, afirmou em depoimento à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa que foi “servidora fantasma” nesse período. As informações foram prestadas no mês de maio daquele ano, data em que o órgão ministerial ajuizou Ação Civil Pública contra o ex-deputado estadual Reginaldo Costa Nunes, mentor do esquema que desviou R$ 106.590,04 dos cofres públicos.
COMO FUNCIONA O ESQUEMA?
Apesar de teoricamente exercer cargo na assembleia com vencimentos muito superiores ao pagamento recebido como doméstica, Maria Isabel nunca chegou a trabalhar no gabinete de Reginaldo Nunes, permanecendo no ofício de empregada doméstica da residência do parlamentar.
De fevereiro de 2005 a janeiro de 2007, o deputado estadual recolheu, em nome de Maria Isabel Sodré Drummer Moraes, a quantia de R$ 106.590, 04. Para receber a remuneração da Assembleia Legislativa, Reginaldo Nunes providenciou que a doméstica abrisse uma conta corrente no Banco do Brasil. Ao receber os vencimentos, Maria Isabel imediatamente repassava a quantia para a sua patroa, esposa do deputado, ficando somente com o valor de R$ 600 pelo exercício da função de empregada doméstica.
Segundo a ação ao qual o blog teve acesso, o deputado usou Maria Isabel como “laranja”. “Tem-se típico caso de ‘funcionário fantasma’, modalidade de ilícito administrativo já categorizada entre os agentes públicos ímprobos”, diz trecho do documento.
A DESCOBERTA DO ESQUEMA
Em 2007, Maria Isabel foi demitida e retornou ao seu Estado de origem, o Rio Grande do Sul. No ano seguinte, constatou que seu nome estava incluído no Sistema Nacional de Proteção ao Crédito, em razão de um empréstimo bancário nunca efetuado por ela. Depois de ingressar com ação judicial de indenização, Maria Isabel descobriu que Reginaldo Nunes tinha efetuado empréstimo bancário com o uso de sua senha e cartão de banco.
INVESTIGAÇÃO DO ESQUEMA
Cópias extraídas da ação de indenização foram remetidas para o Ministério Público do Maranhão, para apuração das irregularidades cometidas pelo político junto à Assembleia legislativa. Em seguida, o MPMA oficiou ao setor de recursos humanos da Assembléia Legislativa cópias dos atos de nomeação e exoneração de Maria Isabel comprovando que a mesma figurou como servidora daquela casa.
“Além de ter lesado os cofres públicos criando simulacro de serviços jamais prestados, o ex-deputado enriqueceu ilicitamente, pois obrigava a sua empregada a repassar a quase totalidade dos valores que ela recebia do Estado do Maranhão”, ressalta a ação de autoria das 1ª e 2ª Promotorias de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa.
SÃO LUÍS-MA: Os nove feriados nacionais previstos para este ano e sete pontos facultativos, dos quais três já são considerados feriados no país (segunda-feira e terça-feira de carnaval e Corpus Christi), somados aos dois feriados estaduais – que caem no meio de semana – devem gerar perdas de 632 milhões para a indústria maranhense.
O volume de recursos corresponde a 5,24% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) gerado pelo setor industrial no Estado, estimado em R$ 12, 057 bilhões. O percentual faz com que o Maranhão tenha a maior perda relativa do País, segundo levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Somente os feriados estaduais vão deixar de render R$ 97 milhões ao parque industrial maranhense. Para se ter uma ideia, o PIB diário da indústria local é de R$ 49 milhões. “As estimativas apresentadas [no estudo da Firjan] não deixam dúvidas a respeito do elevado custo dos feriados para a indústria brasileira”, ressalta a entidade, em nota. “Mas as perdas não se restringem às empresas. As paralisações na atividade industrial provocam uma grande perda de arrecadação tributária para o governo”, acrescenta.
Em todo o País, o volume de perdas previsto é de até R$ 64,6 bilhões. “É um volume enorme de feriados estaduais e 32 este ano caem em dias de semana. A conta salgou muito em 2015, porque mais feriados caíram em dias de semana”, destacou o gerente de Economia e Estatística da Firjan, Guilherme Mercês.
Ele disse que dos 12 feriados nacionais, 11 caíram em dias de semana, resultando em três a mais do que no ano passado. Nos estados, um feriado a mais cai também em dia útil. Segundo Guilherme Mercês, a perda calculada para a indústria brasileira com os feriados representa 4,8% de tudo que a indústria produz. Em 2014, a perda representou 3,6% do PIB. Os números consideram um PIB industrial estimado de R$ 1,355 trilhão para 2015.
O prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves (PSB) experimentou os prós e os contras de participar do carnaval em sua cidade, no último fim de semana.
Envolvido em casos extraconjugais, o gestor aproveitou o show da cantora Mara Pavanelly, para tentar ‘limpar’ sua imagem perante a opinião pública. Mas não funcionou. A cantora até tentou agradar Alves diante da plateia, mas ficou constrangida com o alto índice de rejeição popular que o prefeito enfrenta na cidade.
No momento em que Ribamar Alves pegou o microfone para falar sobre a festa, foliões que participavam do evento na cidade soltavam vaias. As imagens mostram alguns mais exaltados apontando o polegar para baixo e, no fim da fala do prefeito, gritaram “fora, fora”.
O número de prefeitos denunciados pelo Ministério Público de Contas (MPC) pela inexistência, nos municípios, de um portal da transparência pode aumentar com a inclusão do prefeito de Maracaçumé, Chico Velho (PRB).
Em entrevista ao blog, a vereadora Charlianne Mendes de Sousa (PMDB), confirmou que pretende acionar o órgão ministerial para obrigar o prefeito a divulgar os gastos públicos na internet. De acordo com a parlamentar peemedebista, a falta de transparência facilita a corrupção na prefeitura maracaçumeense.
“Eu pretendo acionar o MP para garantir essa ferramenta para que os cidadãos maracaçumeenses possam acompanhar a divulgação dos gastos do prefeito de Chico Velho na internet. Do jeito que está [sem transparência] pode facilitar a corrupção na Prefeitura”, declarou.
Aprovada em 2009, a lei complementar 131 obriga as prefeituras a disponibilizarem, em tempo real, todos os seus gastos na internet. O prazo de adequação à lei foi diferente de acordo com o tamanho do município: cidades maiores tiveram um prazo menor de adequação, enquanto cidades com menos de 50 mil habitantes puderam fazer as adequações em até quatro anos. O fato é que desde 4 de maio de 2013, todos os municípios do Brasil deveriam contar com portais da transparência.
Mesmo com esse prazo amplo, mais da metade dos municípios do Maranhão não se adaptaram à lei, um deles é Maracaçumé. Pela regra, os municípios que não cumprem a lei estão, em tese, proibidos de receber transferências voluntárias.
Charlianne Mendes deixou o alerta para que o portal da Prefeitura seja reestruturado, sob pena de ser alvo de denúncia ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao Ministério Público. Segundo ela, a Lei de Responsabilidade Fiscal diz que o cidadão e os entes da sociedade civil são parte legítima para denunciar o descumprimento da legislação.
TRANSPARÊNCIA MUNICIPAL
Municípios devem cumprir a Lei da Transparência tanto no que diz respeito à atualização dos dados quanto no conteúdo disponível nos sites. O blog acessou o portal da prefeitura entre os dias 16 e 18 de fevereiro. Nesse período, contatamos que o Município mantém um site na internet, mas além de cumprir a lei de forma parcial, o município peca na apresentação desses dados à população que busca informações. Um exemplo é a divulgação dos gastos empenhados, a lista de despesas e a relação dos servidores da Prefeitura que não estão disponíveis ao cidadão.
SAIBA MAIS
O texto da Lei da Transparência (LC 131), que entrou em vigor em maio de 2009, determina que sejam disponíveis, em tempo real, informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Todos os dados relativos a despesas e receitas devem ser disponibilizados na internet. O Portal da Transparência não é obrigatório, mas é desejável que esses dados sejam concentrados em um só local.
A lei definiu diferentes prazos para que os municípios se adequassem à nova legislação, de acordo com o número de habitantes. A União, os estados e cidades com mais de 100 mil habitantes tiveram um ano para cumprir as medidas. Para os municípios que tivessem entre 50 e 100 mil habitantes, o prazo era até maio de 2011. Por último, os que tivessem até 50 mil deveriam se adequar às novas regras até maio de 2013.
Repetida a exaustão na campanha eleitoral, a necessidade de mudança na política se traduziu em renovação apenas da metade dos parlamentares da Assembléia Legislativa do Maranhão, que comemorou, na última segunda-feira (16), seus 180 anos de instalação. Dos 42 que tomaram posse no início do mês, 21 têm algum grau de parentesco com outros políticos.
Como ‘homenagem’ ao Dia do Poder Legislativo do Estado, o blog realizou um levantamento e constatou um aspecto da política brasileira no Palácio Manoel Beckham: o laço familiar.
Na sociedade atual é muito comum ver os filhos de profissionais liberais como médicos, advogados, jornalistas, engenheiros, exercerem a mesma profissão dos pais, por vários motivos, que variam desde admiração pela figura do ente querido até mesmo a manutenção dos negócios da família. Na política a cena tem se repetido. A tradição vem dos berços coloniais, quando desde o Brasil Colônia, as terras do país eram repartidas em capitanias hereditárias, cujo poderio era repassado de pai para filho, como sugerido pelo próprio nome. Posteriormente, com o advento do Brasil Império, a hereditariedade do poder também perdurou por anos e, somente com a proclamação da República, a obrigação de herdar o legado político dos pais se desfazia, ou pelo menos parecia se desfazer.
No caso da Assembléia, o levantamento revela que a maioria cresceu vendo os pais em campanhas eleitorais, gabinetes e votações. Agora, assumem os mesmos passos para manter a família na política e desempenhar uma boa atuação na Casa Legislativa. Sobrenome conhecido eles já têm e, contam com isso, para desenvolver um bom mandato de deputado. É o caso de Andrea Murad (PMDB), Neto Evangelista (PSDB), Vinicius Louro (PR), Nina Melo (PMDB) e Adriano Sarney, filhos dos ex-deputados estaduais Ricardo Murad (PMDB), João Evangelista (PSDB), Raimundo Louro (PR), Arnaldo Melo (PMDB) e do deputado federal, Sarney Filho (PV), respectivamente.
Além deles, o plenário da AL será composto também pelo pai do prefeito da capital maranhense, Edvaldo Holanda Júnior (PTC), deputado Edivaldo Holanda, tradicional político maranhense que retorna a Casa depois de várias passagens pelo legislativo estadual.
Outro exemplo da ‘política de pai pra filho’ é o deputado Levi Pontes (SD), herdeiro do ex deputado Antônio Pontes de Aguiar. Estreante na política, Levi é um dos novatos com maior bagagem para representar a cidade de Chapadinha e adjacências.
Nascido em São Luís, o empresário Glalbert Nascimento Cutrim, do PRB, estreou em eleições do ano passado e se tornou o 2º deputado mais votado do Maranhão com quase 86 mil votos. A votação expressiva para um “desconhecido” se justifica, pelas polemicas decisões de políticos ‘fichas sujas’ [depois o blog revela os detalhes] tomadas pelo pai, Edmar Cutrim, conselheiro do TCE e ex-presidente da Corte de Contas. O estreante também também contou com a ajuda do irmão Gil Cutrim que é prefeito de São José de Ribamar.
NOVAS CARAS DA VELHA ASSEMBLEIA
1. Andrea Murad – filha do ex-deputado Ricardo Murad
2. Adriano Sarney – filho do deputado federal Sarney Filho.
3. Edivaldo Holanda – pai do prefeito Edivaldo Júnior
4. Junior Verde – irmão do deputado federal Cleber Verde
5. Humberto Coutinho – esposo da ex-deputada Cleide e tio do prefeito de Caxias, Léo
6. Nina Melo – filha do ex-deputado Arnaldo Melo
7. Fábio Macedo – irmão do prefeito de Dom Pedro, Hernando
8. Francisca Primo – esposa do ex-prefeito de Buriticupu, Antônio Marcos, o ‘Primo’.
9. Sousa Neto – Genro do ex-deputado Ricardo Murad
10. Rogério Cafeteira – afilhado do ex-senador Epitácio Cafeteira
11. Vinicius Louro – filho do ex-deputado Raimundo Louro
12. Rigo Teles – filho do ex-prefeito de Barra do Corda, Manoel Mariano de Sousa, o Nenzim
13. Neto Evangelista – filho do saudoso ex-deputado João Evangelista e genro da prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge
14. Valéria Macedo – irmã do ex-prefeito de Porto Franco, Deoclides Macedo, atual suplente de deputado federal.
15. Eduardo Braide – filho do ex-deputado estadual Carlos Braide.
16. Ricardo Rios – filho da prefeita de Vitória do Mearim, Dóris, e do ex-prefeito Reginaldo Rios e sobrinho do prefeito de Turiaçu, Umbelino.
17. Paulo Neto – marido da prefeita de Mata Roma, Carmem Neto
18. Dr. Levi Pontes – filho do ex-deputado Pontes de Aguiar
19. Glalbert Cutrim – filho do ex-presidente do TCE, Edmar e irmão do prefeito de São José de Ribamar, Gil.
20. Ana do Gás – esposa do prefeito de Santo Antônio dos Lopes, Eulelio Mendonça
21. Graça Paz – esposa do ex-deputado Clodomir Paz.