O cunhado do vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PC do B), Washington Kleber Rodrigues Lima, que pretendia retirar do ar um post deste blog sobre o seu processo criminal por formação de quadrilha não compareceu à audiência de instrução e julgamento, marcada para a última sexta-feira (17), no 14º Juizado Especial Cível e das Relações de Consumo de São Luís e a juíza Alexandra Ferraz Lopes determinou o arquivamento do processo.
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Kleber Rodrigues — que mesmo enfrentando uma ação movida pelo MPE (Ministério Público Estadual) — foi nomeado assessor sênior da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), tentou de forma rasteira evitar que os internautas deste blog lessem uma publicação que contém dados sobre o seu envolvimento no esquema criminoso de comercialização ilegal de autorização para desmate através de “créditos virtuais” inseridos fraudulentamente no sistema Ceprof/Sisflora. A matéria foi postada no dia 22 de abril.
Para retirar o post do ar, a defesa do cunhado do parlamentar alegou que a matéria contém conteúdo difamatório sobre seu cliente. Mas a tese não iria se sustentar na justiça já que o blog usou documentos e um print com a imagem do processo que ainda tramita no judiciário e está disponível ao público no site do próprio Tribunal de Justiça. Talvez por isso, ele resolveu fugir da audiência. Agora o editor do blog vai se reunir com a assessoria jurídica para estudar uma forma de acionar Kleber Rodrigues na justiça por litigância de má-fé.
Um problema mecânico pode ter sido a causa de um acidente com um ônibus de turismo na rotatória do Olho D’água, em São Luís, por volta das 10h30 deste domingo (19). De acordo com o motorista do veículo, o freio falhou e o ônibus só parou depois de bater em um poste instalado próximo ao muro de um Centro de Detenção.
46 pessoas estavam a bordo e quase todas elas tiveram algum tipo de lesão, de acordo com policiais de plantão do 8º Batalhão da Polícia Militar. Os turistas do município de Rosário seguiam em sentido à praia do Olho D’água. Uma senhora ainda não identificada teve um corte no supercílio.
Bombeiros e socorristas do SAMU estiveram no local e prestaram os primeiros atendimentos. Funcionários do Centro de Detenção também ajudaram. Todos os feridos, inclusive crianças, foram levados para o Socorrão II e a Upa do Araçagy.
O ônibus ficou energizado por causa do contato com o poste e equipes da CEMAR foram acionadas. A área foi isolada e o poste que também tem risco de tombar deve ser substituído. Peritos do Instituto de Criminalística já estão no local. O ônibus com placas de Goiania (GO) é de 1988.
Três homens, sendo dois policiais militares, foram presos nesta sexta-feira (17) por suspeita de extorsão qualificada, roubo majorado, associação criminosa e porte ilegal de arma de uso permitido no município de Santa Inês, cidade maranhense localizada no Vale do Pindaré. A prisão aconteceu em frente a um banco, enquanto os suspeitos esperavam a vítima sacar determinado valor em dinheiro.
Os policiais são soldados do 9º Batalhão da PM, em São Luís, e foram identificados como João Froz Lindoso Filho e Carlos Magno dos Santos Pereira. O nome do outro preso é Saulo Emanoel Pianco da Silva. Um quarto suspeito está sendo procurado, segundo informou a polícia.
Ao G1, o delegado Rodrigo Alonso Fernandes, da Delegacia Regional de Santa Inês, revelou que os policiais estavam em carro particular, mas em posse de coletes, algemas e armas da corporação, equipamento usado para ameaçar a vida de uma senhora e seu filho na cidade de Igarapé do Meio, a poucos quilômetros de Santa Inês.
Segundo o delegado, os quatro suspeitos abordaram um rapaz na rua, de quem roubaram R$ 160. Depois foram até uma casa, onde algemaram uma senhora, e, sob ameaças de morte, obrigaram a vítima a entregar mais R$ 800, além de um colchão e um aparelho celular.
“Não contentes com o roubo já efetuado, os policiais obrigaram a mãe do rapaz a ir junto com eles para Santa Inês para fazer saques com seu cartão pessoal. Muito abalada, a senhora passou mal e mandou uma amiga, a quem entregou cartões bancários e as senhas. Os suspeitos e a amiga da vítima foram a um banco e sacaram R$ 1.500”, explicou o delegado.
O problema foi que os quatro bandidos não se contentaram com o que tinham arrecadado e obrigaram a mulher a seguir para outra agência bancária. Um dos suspeitos entrou com ela, enquanto os dois PMs e o cúmplice ficaram no carro do lado de fora da agência.
“Aproveitando que os suspeitos saíram para fazer os saques, a vítima acionou a polícia e nós com o suporte da Força Tática, do Batalhão de Choque da Polícia Militar, conseguimos realizar a abordagem. Os três estavam esperando o comparsa, que conseguiu fugir” contou Alonso.
Investigação
O delegado Rodrigo Alonso Fernandes informou que a polícia vai solicitar as câmeras de segurança das agências bancárias para identificar o quarto suspeito envolvido no esquema de extorsão que contava com a participação de policiais militares de São Luís.
A polícia vai investigar, também, se a vitima tem ligação com alguma atividade criminosa ou se foi escolhida pela quadrilha de forma aleatória, conforme consta em vários depoimentos colhidos até o momento.
Os três suspeitos foram autuados em flagrante por extorsão qualificada, roubo majorado, associação criminosa e porte ilegal de arma de uso permitido. Os policiais serão encaminhados para a prisão no Comando Geral da PM, em São Luís, enquanto Saulo será levado para o Centro de Triagem de Pedrinhas, onde aguardará o desenrolar do processo.
Em nota ao G1, o Comando Geral da Polícia Militar informou que vai abrir um inquérito para investigar o caso e afirmou que repudia o envolvimento de militares em ações criminosas. Leia a íntegra da nota abaixo:
NOTA
A Secretaria de Segurança Pública (SSP), por meio do comando-geral da Polícia Militar, informa que vai instaurar um Inquérito Policial Militar (IPM) e que os dois militares do 9º BPM, João Froz Lindoso Filho e Carlos Magno dos Santos Pereira, foram detidos, em flagrante, por envolvimento em um assalto na cidade de Santa Inês serão submetidos ao Conselho de Disciplina, e podem, após a conclusão do IPM, serem expulsos da corporação.
A Polícia Militar do Maranhão repudia qualquer atitude de envolvimento de algum militar da corporação em ações criminosas. Os dois policiais estariam de serviço, na noite de sexta-feira (17), no 9º BPM. Eles, após serem autuados, foram transferidos para São Luís, onde permanecem detidos no Presídio Militar.
O Ministério Público do Maranhão (MPMA), por meio da Promotoria de Justiça de Igarapé Grande, ajuizou, em 15 de julho, Ação Civil Pública de Obrigação de Fazer, com pedido de liminar, contra o Estado do Maranhão requerendo a retomada, em 72 horas, do repasse de R$ 100 mil ao Município de Bernardo do Mearim, para o restabelecimento dos serviços de pronto atendimento, urgência e emergência no hospital municipal.
Atualmente, a unidade hospitalar está fechada devido à interrupção dos repasses estaduais, referentes à área de saúde.
Na ação, a promotora de justiça Sandra Soares de Pontes, que responde temporariamente pela Promotoria de Igarapé Grande, também requer que o Município seja proibido de interromper os atendimentos no hospital.
Outra solicitação é a prestação de contas, pelo Município, de seus serviços na área de saúde ao Estado do Maranhão.
COLAPSO
O MPMA apurou que, em 2014, foi transferido o valor total de R$ 1,2 milhão ao município de Bernardo do Mearim. Em 2015, os repasses mensais foram suspensos pela atual administração estadual, causando o fechamento do estabelecimento de saúde, com 20 leitos.
Também foi verificado que, em janeiro deste ano, a prefeita do município, Eudina Costa, reuniu-se com o secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco, e expôs a situação do hospital. Até agora, não há resposta do governo quanto à regularização da transferência dos recursos.
“O sistema de saúde de Bernardo do Mearim está em colapso, e os municípios vizinhos não têm estrutura suficiente para suportar o aumento da demanda pelos atendimentos médico-hospitalares, causado pelo fechamento do hospital”, destaca a promotora de justiça, na ação.
PEDIDOS
O Ministério Público também requer a estipulação de multa de R$ 2 mil por dia de descumprimento do pedido liminar, a ser paga, individualmente, pelo secretário de Saúde, Marcos Pacheco, e pela prefeita Eudina Costa.
Caso a ação seja deferida, o MPMA solicita que o Estado do Maranhão efetue também o pagamento dos valores referentes aos meses de novembro e dezembro de 2014, no valor total de R$ 200 mil. Nesse período, o hospital funcionou, mas não houve repasses estaduais.
Localizado a 299 km de São Luís, o município de Bernardo do Mearim é Termo Judiciário da Comarca de Igarapé Grande.